sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O Rio me esperava de braços abertos.
Tive uma recepção maravilhosa, a mamãe estava morando com um casal de amigos no Jardim Botânico, um maravilhoso apartamento, lindo, espaçoso e confortável. Fizeram uma bela produção para me receber. O tempo passava e eu não percebia, sentia saudades da vovó, do namorado e do meu cachorro, até que um dia, de cama, acometida por uma fortíssima cólica, que nada resultava em melhora, fragilizada e só pensando na vovó, resolvi perguntar quando eu voltaria, e para minha grande estupefação, a mamãe declarou que eu não voltaria, fiquei louca, como não voltar? E a vovó? Ela não iria gostar nem um pouco daquilo, pensei , e foi quando soube que aquilo era um plano armado pelas duas.

Perdi a referência, aquilo não era possível, a vovó me traíra... chorei, esperniei, disse que não moraria com ela (mãe), fiquei irracível, devo tê-la magoado muito. E o namorado? Fechei luto por dias, até que o sedutor Rio de Janeiro me engolfaria por décadas.

Providências foram tomadas, me matricularam num colégio no Humaitá, próprio para os pais pagarem e os filhos passarem de ano. Mamãe tinha excessos de cuidados comigo, caso descesse no prédio, ficava na sacada me observando, aquilo me incomodava, mas aceitava conformada.

Comunicativa, amiga, gentil e muito ágil eram algumas caracteristicas da minha personalidade, assim, rapidamente me enturmei com os vizinhos e com a galera do colégio, logo, era a lider das turmas.

Fiquei especialmente amiga de uma turma, que se reunia na casa de um dos integrantes que era meu vizinho de prédio, eu já estava interessada em um deles, mas quem se interessou por mim, foi o vizinho, rapaz muito legal e apaixonado, porém o que nele me interessava eram as drogas, sempre e apenas elas, ele falsificava receitas e sempre tinha uma quantidade que me atendia. Já nesta época, eu usava quantidades imensas de comprimidos, tinha uma compleição física que suportava bem o tranco.

O achava sem graça, em nada me atraia, mas a mamãe o achava ótimo, digno de confiança e só me deixava sair com ele, grande erro de avaliação.
Por estes dois motivos, drogas e a confiança da mamãe, estabeleci uma relação da qual eu não saia da moita e dava esperanças sempre. Já estava me especializando em manipulação.

Volto em breve, até.

2 comentários:

  1. Nossa!!! Assim pelo menos fico sabendo mais sobre sua vida, que nunca soube muito.
    Estou gostando muito de ler esses relatos.

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  2. Que por sinal, digno de uma VENCEDORA.

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