quarta-feira, 14 de outubro de 2009

A minha vida começou a se complicar ainda mais, os amigos da mamãe que supostamente cuidavam de mim, capitularam. A babá começou a implicar comigo e a medir força, o casal se ocupava de tudo menos de mim (coisa que me agradava), ele era engenheiro e membro ativo do MR8, ela era alguma coisa do cerimonial do Itamaraty, os dois filhos problemáticos e o alcoolismo tomavam todo o tempo deles. Logo a crise com a babá se agravou e entre a babá e eu, ficava a babá.

Mamãe em viagem, não sabia de nada, e acho que tb não se interessava muito. Fui para a casa de uma amiga, sentia medo do que estava acontecendo, não tinha chão, por isto tb, me drogava cada vez mais.
Quando saí do Jardim Bôtanico, não deixei rastro, só o vizinho sabia ( o nome dele é Rogério, passarei a trata-lo pelo nome).
Uma determinada noite, recebi uma visita inesperada, era o Rogério e bastante preocupado, ele trazia a notícia de que a mamãe estava em Juiz de Fora internada num hospital e que eu fosse para lá imediatamente.

Fiquei atordoada, como ir para lá? Não tinha dinheiro, não sabia como chegar e teria que deixar o colégio (isto era o que me agradava).
O Rogério percebeu a situação e foi logo tomando providências, era a chance que ele via de me conquistar . Pediu o carro para o pai, desistiu da viagem que faria nos próximos dois dias para a Africa, pegou umas roupas e foi me pegar, partimos as 02:00 da manhã.
Eu contava com 14 anos e ele com 18.

Chegamos em Juiz de Fora no amanhecer, procuramos uma pensão e nos instalamos, era um quarto para nos dois, fiquei super apreensiva, pois era virgem e tinha medo de me "perder" (termo usado na época).
Fomos direto procurar o hospital em que a mamãe se encontrava, chegamos lá, me deparei com uma mulher, muito magra, abatida e sem a beleza que lhe era peculiar.
O médico me chamou em particular e disse logo tudo, ou seja, que a mamãe estava com um cancer muito agressivo e que teria pouco tempo de vida. Fiquei atônita e mais perdida ainda. A vovó tinha me despachado e agora a minha mãe estava morrendo, eu era filha única e com 14 para 15 anos, totalmente despreparada para qq coisa, a única luz que eu tinha era o Rogério.

Ficamos uns 6 meses as voltas com a mamãe, ele me ajudava em tudo, era de fato um enviado de Deus. Por fim conseguimos interna-la em um hospital oncológico de um parente da vovó em Belo Horizonte.

Assim começou a nossa vida juntos, não iriamos mais nos separar, mas tinhamos um problemão, eu era menor e nada podia fazer sem autorização, morando no Rio com a minha futura sogra e os meus "responsáveis" em MG.
A família dele de acordo com a minha, chegaram a conclusão que deveriamos formalizar a situação nos casando. Foi uma ótima solução e única. Eu era apaixonadíssima por ele.
Nesta ocasião, reduzi bastante o meu uso de drogas, estava feliz!

Volto em breve, abraços amigos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário